sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Belgrado

Regressei na quarta-feira de Belgrado e o mínimo que posso dizer é que a cidade me encantou. Só que não foi a cidade no conceito de colecção de edifícios que me encantou. Foi antes a cidade das pessoas e dos ruídos, da animação e das cores. Belgrado é uma cidade viva, onde as pessoas vão ignorando o melhor que podem o passado recente bélico e onde cada dia é usado para se melhorar a vida, mas também para a viver ao máximo. Numa cidade onde edifícios imponentes e em construção permanente vivem praticamente lado a lado com outros que ainda apresentam os restos de bombardeamentos, não espanta ver mulheres com vestidos de designer a conduzir alegremente os seus Yugos mais velhos que elas. Belgrado é uma Babilónia moderna, mas sem as diferentes culturas. Ou tê-las-à, mas fundidas num único modelo: o sérvio.

A primeira sensação que me assaltou quando me comecei a passear pela cidade foi o quanto me lembrava Lisboa. Não a Lisboa actual, ou melhor, não necessariamente a Lisboa actual, mas a Lisboa do período de 1985 a 1995 (admito que até anterior, mas a idade não mo permite confirmar). Subir ou descer para a Slávia dá a mesma sensação que se teria há coisa de 15 anos ao subir ou descer para a Praça do Marquês. Os prédios são muito semelhantes, a largura das ruas também e os anúncios de lojas e negócios de bairro lembram um Portugal da CEE e antes da UE. As pessoas também: apressadas mas sempre atentas ao que as rodeia e sempre prontas a um sorriso e a uma conversa. Em Belgrado, apesar da luta pela vida diária, sobrevivência não é palavra de ordem: viver a vida sim.

Escreverei mais sobre a viagem depois do fim de semana, altura em que também deixarei algumas fotografias.

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