quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Vicente Moura e o COP


Leio hoje as críticas dos atletas a Vicente Moura (Presidente do Comité Olímpico Português) e compreendo. Os atletas são quem realmente representa Portugal. Caso não existisse COP, continuariam a existir atletas, pelo menos alguns. Caso não existissem atletas, não seria Vicente Moura a ir aos Jogos Olímpicos.

As críticas, ao que parece, não são minimamente subscritas pelos presidentes das federações de natação e de judo. São curiosamente duas modalidades que precisam do COP para funcionar. Neste jeito muito português, pergunto-me que mãos andam a coçar que costas aqui.

Já ler a entrevista de Vicente Moura ao Público é cair pelo buraco da Alice. Elenca a "obra" (palavra tão cara em Portugal), diz que não fala com os atletas (vê-se que resultados isso dá), é vaidoso (quer ser presidente do COP em 2009 por ser o ano do centenário) e fala nas já tradicionais "manobras políticas" (quando é candidato único).

Mais ao lado, diz que a bolsa para os atletas não é um ordenado só que, infelizmente, é precisamente disso que se trata. Sem a bolsa não conseguiriam ser atletas. Aliás, parece obcecado com a questão de nada se tratar de ordenados. Aparentemente, os 2500 euros mensais que recebe não são um ordenado, mas uma indemnização por não poder acumular as suas funções com o seu emprego anterior. Acho que começarei a chamar ao meu ordenado indeminzação por não poder acumular o meu emprego com o anterior, talvez assim não pague impostos. É até uma questão interessante: porque razão não se refere se Vicente Moura paga impostos sobre a tal "indemnização"?

Pelo meio diz que o planeamento com o governo para os jogos de Londres está dependente da entrega do relatório de Pequim. Se depois de uns quantos meses ainda não se conseguiu entregar um relatório, não me admiro que as coisas estejam mal organizadas.

No fim volta aos atletas para dizer que não se superaram e ainda fala no fuso horário.

Não sei se Vicente Moura fez muito ou pouco pelo COP, mas nada do que tenha feito é desculpa para se eternizar. Fez um mau trabalho e não deveria continuar. Pior: não tem o apoio dos atletas. E é isto que deveria ser o mais importante.

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