segunda-feira, 7 de julho de 2008

Ruído ferroviário


Divertem-me estas altercações sobre as obras públicas e, mais especificamente, sobre o TGV. Diz Manuela Ferreira Leite que não aprova o TGV sem mais estudos. Diz o PS que ela já os teve enquanto foi Ministra das Finanças de Fujão Barroso e que os aceitou sem problemas, para mais em ponto maior. As acusações voam de um lado para o outro. O PS diz que o PSD meteu o pé na poça. O PSD diz que o PS quer desconversar. Pelo meio fala-se em investimento público vs intestimento privado. O barulho é muito e ainda ninguém se lembrou de colocar um linquezinho que fosse para os tais estudos, pelo menos para que ninguém os leya em consciência.

Pelo meio, o governo espanhol diz que já não constrói TGV até à fronteira e falava-se há tempos dos preços terem de ser subsidiados para que o TGV fosse competitivo. O projecto está pior que em águas de bacalhau e ninguém quer saber do assunto. No fim deixo apenas a pergunta: afinal de contas, em que é que o TGV nos retira da periferia? Passa a ligar-nos a Paris em menos de duas horas? Ficamos a menos de três de Berlim? Conseguimos chegar a Londres em meia-hora? Ou será que Moscovo está agora à distância de um vou-ali-e-já-volto?

Não nos iludamos. O TGV não serve para nada mais que encher o bolso a construtores portugueses e espanhóis e para encher os olhos dos eleitores e apoiantes. Tudo o resto é ruído.

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