sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Entre preservativos e votos

Diz o João Gonçalves, citando Rui Ramos, que a República de 1910 seria «repugnante para os dias de hoje». Até pode ter razão mas, isto vindo (usando palavras de outros) de alguém que admira abertamente a figura e obra de Salazar, só pode fazer rir.

Por outro lado, iluminada monarquia que passa o poder apenas para primogénitos, passou por períodos de absolutismo e deixava os golpes de bastidores serem efectuados a fio de espada. Isso já não seria repugnante, suponho. Seria até cavalheiresco.

Entendamo-nos, a República nasceu mal e torta. Só que o regime de então não foi uma consequência, antes foi um sintoma, algo que sucederia independentemente de termos um presidente eleito ou um rei nascido. Entre um diletante escolhido entre o povo ou outro escolhido por um óvulo temperamental, prefiro o primeiro. Até porque muitos dos defensores do segundo têm o mau hábito de não usar preservativo.

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