quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O bom cristão, o mau ateu e o feio agnóstico


O Tiago de Oliveira Cavaco prova, com este post, que para impressionar um cristão baptista não interessa muito a substância, basta o estilo.

O texto que ele cita é do Alexandre Soares Silva, o qual escreve bem mas raramente diz coisa com coisa, apenas tem um estilo tremendo. Não o transcrevo, para isso bastam os links. Apenas esclareço.

O ateísmo nada tem a ver com coragem ou cobardia, antes terá a ver com certezas e aceitações. No tal assalto, o ateu sabe que pode morrer ou viver. Não quererá morrer, presume-se, mas sabe que, cedo ou tarde isso irá suceder e que não existe um "depois" para ele se isso suceder. Ou seja, o ateu não teme a morte, apenas a possibilidade de não continuar a viver.

Já o crente tem um medo diferente. Existe, para ele, um "depois" da morte. Só que é esse "depois" que faz toda a diferença. Terá sido generoso o suficiente. Terá respeitado os outros e rezado muito. Será que Deus lhe vai perdoar aquele pecadilho dos 14 anos quando se masturbou com a imagem da senhora Idalina, professora de matemática, na cabeça? Tudo isso lhe passa pela cabeça enquanto não sabe vai para o Céu, o Inferno ou fica a purgar os pecados. Isso aterroriza qualquer um. Não só tem medo de não continuar a viver como tem medo de morrer.

Temos ainda o agnóstico, esse sim, o cobarde indeciso. Não tem tomates para decidir o que quer, aquilo em que acredita e vive num "sim, mas..." quando qualquer amigo, crente ou não, lhe fala em religião. O agnóstico teme não continuar a viver, teme morrer por não saber o que lá vem e teme morrer por temer que até venha alguma coisa. São estes aqueles que desatam aos berros no assalto. Já o Alexandre, sumponho que estaria a rezar terços em velocidades supersónicas, porque aquela devoção à Monica Belucci não vai bem com a moral católica (embora Tiziano e Boticelli pudessem discordar).

1 comentário:

Ines Saraiva disse...

como se chamava mesmo a tua professora de matemática do 9º ano?