sábado, 31 de maio de 2008

A internet, os blogues e o anonimato

O ponto mais interessante nesta reportagem e no debate da SIC é a questão do anonimato. É preocupante ver que alguém como o Miguel Sousa Tavares diga que se deveria ter um registo obrigatório para se poder escrever. Há essencialmente dois pontos que devem ser considerados: o primeiro é a impossibilidade total de identificação. Uma assinatura não implica uma pessoa. O nome com que se assina, mesmo que corresponda a alguém real, poderia ser sempre usado por um terceiro. Uma acusação poderia ser sempre negada dizendo que tal pessoa nunca escrevera tal coisa. O segundo ponto são os limites. Se se usarem limitações, onde se colocam? Na difamação? Na acusação? Na insinuação? Ou basta a crítica ou a opinião?

As argumentações de Moita Flores são apenas as dos cardeais que se preocupam com a emergência de comentadores de maior qualidade, de escrita e de argumentação e que lhes poderão retirar importância. O mesmo sobre Miguel Sousa Tavares, que não é mais que outro preocupado com o mesmo.

PS - falando em barbaridades, José Gameiro (quem é o tipo?) afirma que foi Orson Wells a dizer «tanto faz que digam mal ou bem de mim desde que falem de mim». Ora bem, a afirmação, na expressão "real", seria de J.T. Barnum e seria do género «Não me importa que falem mal de mim, desde que escrevam o meu nome correctamente». Num blogue, tal asneira seria apontada de imediato. Na televisão, fica impune.

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